Comer compulsivo:

Nunca tivemos tanto acesso a alimentos como a partir da Segunda Guerra Mundial. A expansão da agricultura empresarial aumentou a oferta de todos os alimentos que passaram a ser produzidos em larga escala. Além disso, os produtos agropecuários provenientes de centros distantes  tiveram sua distribuição garantida durante o ano inteiro pelo sistema moderno de logística. De modo geral, tais medidas ajudaram a cair o preço dos alimentos e os tornaram mais disponíveis. Como o ato de comer está associado à sensação de prazer, muitas vezes, comemos mais do que seria indicado para suprir as necessidades do nosso organismo.
O comer compulsivo é caracterizado pela ingestão de uma grande quantidade de comida em curto espaço de tempo. A pessoa que come compulsivamente sente-se sem controle ao comer. Sente que não pode parar de comer nem controlar o quanto come. No ataque de comer a pessoa come muito mais depressa que o usual, praticamente sem mastigar ou mesmo sem fome. Come até estar desconfortavelmente empanturrada.

Anteriormente conhecido como binge, o transtorno do comer compulsivo vem sendo reconhecido, como uma síndrome caracterizada por episódios de ingestão exagerada e compulsiva de alimentos, porém, diferentemente da bulimia nervosa, essas pessoas não tentam evitar ganho de peso com os métodos compensatórios. É um dos transtornos alimentares que se assemelha à bulimia, pois se caracteriza por episódios de ingestão exagerada e compulsiva de alimentos e, no entanto, difere da bulimia, pois as pessoas afetadas não produzem a eliminação forçada dos alimentos ingeridos (tomar laxantes e/ou provocar vômitos). Os episódios vêm acompanhados de uma sensação de falta de controle sobre o ato de comer, sentimentos de culpa e de vergonha. Muitas vezes come escondido ou da forma mais discreta possível. Em público mantém comportamento alimentar controlado, tendendo a ingerir produtos dietéticos.  
Muitas pessoas com essa síndrome são obesas, apresentando uma história de variação de peso, pois a comida é usada para lidar com problemas psicológicos. O transtorno do comer compulsivo é encontrado em cerca de 2% da população em geral, mais freqüentemente acometendo mulheres entre 20 e 30 anos de idade. Pesquisas demonstram que 30% das pessoas que procuram tratamento para obesidade ou para perda de peso são portadoras de transtorno do comer compulsivo. 

Sintomas:

- Comer em segredo. 

- Depressão. 

- Ingestão compulsiva e exagerada de alimentos.

- Apetite exagerado.

- Comer exageradamente e rápido demais, pouca mastigação.

-  Arrependimento e tristeza após os rompantes.

- Constrangimento social.

- E o prazer imensurável ao comer... Como uma “criança no parque de diversão”.

Tratamento:

O tratamento é multidisciplinar, o compulsivo terá que passar por uma avaliação médica para avaliar a sua saúde e o excesso de peso. Após esta avaliação, se houver problemas psiquiátricos o compulsivo terá que iniciar um tratamento com medicação para equilibrar a química cerebral, e melhorar os níveis de serotonia e dopamina, tratando também de uma suposta depressão. Aliado a isto terá que iniciar um processo de reeducação alimentar, com uma dieta equilibrada, com refeições freqüentes e balanceadas.
O êxito é maior quando diagnosticados precocemente. Precisa de um plano de tratamento abrangente, em geral, um clínico, nutricionista ou um terapeuta, para lhe dar apoio emocional constante, enquanto o paciente começa a entender a doença de uma forma de terapia que ensine os pacientes a modificar pensamentos e comportamentos anormais, que em geral, são mais produtivas.